domingo, 19 de setembro de 2010

A maldita catimba - Porque nós devemos contratar mais jogadores de fora do Brasil

A idéia desse post é bem velha. Na verdade eu pensei nele na final da Libertadores, mas só agora lembrei de escrever sobre isso. Tem umas coisas que eu não entendo no futebol nacional; tipo a falta de jogadores de outros países sul-americanos em seus elencos. É só você ver, quando chega um estrangeiro, o cara tem que ser completamente fora de série, para se adaptar e poder jogar. Casos como esse, comprovados por Guiñazu, D'alessandro, Conca e etc. Se forem medianos, são dispensados, mesmo sendo melhores que os brasileiros disponíveis.

Isso na verdade é um mal geral dos brasileiros. Nós falamos tanto - e nos orgulhamos mais ainda - de sermos receptivos e amigáveis com os estrangeiros que visitam o nosso país; mas é só o cara tirar um visto de trabalho que fudeu! Ou é um extra-classe, que tem que faze melhor do que todos, ou vai embora em menos de uma temporada. Jogadores como Armero, ex-lateral do Palmeiras e Escudero, ex-Corinthians, agora são lembrados como pesos nas folhas salariais dos elencos. Mas se você parar para pensar, fazem falta nos clubes. Roberto Carlos não tem um substituto confiável e não é o Mum-Ha, uma hora vai parar de jogar. Enquanto no Palmeiras, Felipão até agora não achou um lateral que convencesse no Parque Antártica. Ambos
ainda foram embora de graça.

O futebol nacional é cheio de exemplos de excelentes jogadores sul-americanos, que passaram em seus clubes. Nem precisa ir muito longe. Arce, Rincón, Gamarra, entre tantos outros. Esse ano chegou oLoco Abreu, que se tornou ídolo antes de entrar em campo, e correspondeu no mesmo. Enquanto isso o Corinthians não usa, nem empresta, muito menos vende o Defederico. O Flamengo tenta se livrar do Fierro, que jogou mais tempo na Copa do que o Kléberson e outros tantos jogadores que passam quase um período de férias no Brasil.

Dois clubes que andam na contramão dessas idéias e que vem dando certo são o próprio Internacional e o Fluminense. O Flu briga pela ponta com dois argentinos e um colombiano, enquanto o Inter, com três argentinos e dois uruguaios. Outro caso é o do Atlético MG, com dois equatorianos e um paraguaio e em um caso a parte, o Palmeiras, que só conta com o chelino Valdívia, mas o tem como seu "salvador da pátria".

Fiz uma certa pesquisa porque queria confirmar se isso era só do nosso futebol, ou se os outros países também tinham seus "problemas" com o resto do continente e o que eu vi foi o extremo oposto.
O Boca Juniors, que mesmo passando uma péssima fase ainda é o maior clube das américas em títulos tem cinco estrangeiros.
O River Plate tem quatro. O Estudiantes tem três. O San Lorenzo também tem três, enquanto o Velez e a LDU "só" contam com dois no seu elenco. Peñarol e o América do México contam com seis estrangeiros em seus elencos. Agora imagine um time brasileiro com seis estrangeiros e você imaginaria um quase caos!


Vendo a final da Libertadores, percebi uma coisa muito importante. Que os jogadores brasileiros não sabem jogar contra ou a favor da catimba, a gente já sabia; mas o time do Inter, soube usar e aproveitar isso, como um autêntico clube sul-americano e me arrisco a dizer que, se o futebol brasileiro precisa evoluir em alguma coisa é nisso - a maldita catimba. Com ela nós seriamos campeões de tudo; até no futebol de botão e para isso, nada melhor que deixar os estrangeiros entrarem em seus clubes.

Um comentário: